O tempo do amor
Poema de Antonio Miranda
Antes
a sala e as carteiras
dispostas militarmente.
A teu lado, vozes novas,
ouvimos atentamente.
É o amor que exagera
e deforma o tempo
e as palavras.
A sala de aula em que,
padronizados, melhor
nos assemelhamos.
Diria, por exemplo:
“Meu amor não cabe em ti
tal a sua dimensão”
perguntando o que é o amor...
Se existe o amor
é sempre hoje
apesar da transcendência.
Depois eu penso em teu silêncio;
distante estamos e
teu silêncio cabe em mim.
Estou em teu silêncio.
Sempre
O meu amor por ti
é um amor inteiro
apesar dos adjetivos!
1964
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